A Casa CM está localizada em um condomínio fechado, tipologia muito comum na região de Curitiba. Os clientes queriam uma casa que tivesse uma conexão direta com a maneira simples e clara de pensar e de se relacionar da família. Queriam sua identidade na arquitetura. Se preocupavam com a privacidade da casa em relação ao condomínio e com a insolação dos cômodos.

O projeto nasce do estudo das fachadas. Consideramos um volume genérico, respeitando os recuos obrigatórios frontal e lateral, preservando um pequeno quintal ao fundo. Cada face deste volume recebeu uma nota em relação a dois aspectos considerados fundamentais, privacidade e insolação. As fachadas com as melhores notas receberam os ambientes mais importantes, salas e quartos, bem como as suas respectivas janelas. Já nas faces com menor pontuação, locamos a garagem e áreas de serviço.

Já com a setorização definida, criamos um pátio interno, fundamental para iluminar as escadas e o corredor dos quartos, permitindo que o percurso entre os cômodos tenha luz natural e ao mesmo tempo privacidade.

A cobertura em duas águas cria um sótão que abriga a sala íntima, mais isolada do restante da casa, usada para trabalhar, ler um livro e tocar guitarra.

Resultante de um processo criativo com critérios puramente racionais, a casa é um arquétipo. Impregnada no inconsciente coletivo, é a forma mais pura possível relacionada a esse objeto.

Utilizando um revestimento em tijolo a vista em todas as superfícies externas a casa ganha unidade, potencializando a expressividade formal do projeto.

Sua forma arquétipo torna o projeto um ícone em relação ao entorno. Entretanto o iconismo não é parte da intenção do projeto, mas sim resultado da clareza e racionalidade do processo criativo da casa. Ser ícone é de sua natureza.

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