• Local Curitiba, PR
  • Status Em desenvolvimento
  • Projeto 2019-2022

A casa foi projetada em um lote de condomínio com dimensões confortáveis: 20m de frente por mais de 50m de profundidade. Além de uma declividade de mais de 3m e um pequeno bosque ao sul, no fundo do lote. O programa dos clientes tinha duas peculiaridades: uma sala íntima para abrigar um sistema de som de alta qualidade, cuja acústica exige um ambiente grande para ter uma melhor performance sonora; e a possibilidade de, no futuro, instalar um elevador. Dada as características básicas do lugar e as demandas específicas dos clientes, o projeto partiu da contínua busca por uma arquitetura sintética e de equilíbrio entre racional e lírico. 

O ponto de partida foi uma malha estrutural em um retângulo de 13,5m por 18m, com três pavimentos. Nesta estrutura primária os cômodos principais da casa foram posicionados de acordo com critérios de fluxo, luminosidade, vista e privacidade. Nas fachadas, a estrutura em concreto aparente fica exposta – o que cria uma leitura clara de como se resolve o desafio inerente da arquitetura, que é vencer a gravidade. 

Os espaços excedentes tornaram-se varandas contidas dentro da estrutura preestabelecida, devido a desproporção entre as áreas de cada pavimento. O  volume marcado pela estrutura cria um limite invisível para esses espaços abertos. São varandas que estão dentro e fora ao mesmo tempo, espaços de mediação. Essa dualidade possibilita uma transição mais suave e agradável entre o construído e o natural, o dentro e o fora. Isso é percebido, principalmente, em dois cômodos: quarto do casal e sala. O primeiro ganha uma varanda ao norte, para receber sol e proteger-se visualmente dos vizinhos, e outra ao sul, para contemplar a vista do bosque. A sala ganhou um terraço generoso, já que pela declividade do lote a sua cota é mais alta que o terreno natural. Dela uma escada externa conecta a varanda com o jardim, a garagem e o espaço de festas. 

E a sala íntima foi privilegiada com a face norte, mais quente, que fica na frente da casa. Para aumentar o espaço e a acústica, a solução foi incorporar sala e escritório, já que ambos necessitam de intimidade. Para este cômodo criou-se uma parede de cobogó em frente a esquadria e em toda a sua extensão, o que filtra a luz e protege o ambiente dos olhares externos.

O projeto arquitetônico portanto não propõe nenhuma solução mirabolante do ponto de vista técnico. Porém, vê nessa simplicidade uma maneira de pensar o mundo atual, onde deveríamos ser cada vez mais silenciosos e cuidadosos ao intervir e interagir com a natureza. Uma arquitetura que mostra que o essencial e o racional, são talvez, a poesia mais bonita que devemos recitar nos dias de hoje.

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