- Local Curitiba, PR
- Status Em desenvolvimento
- Projeto 2020 - Presente
- Interiores Fernanda Cassou Arquitetura
- Paisagismo Flavia Tiraboschi Paisagismo
- Imagens Möbius
Desenhar espaços para pessoas é o que fazemos aqui o dia todo. Há 20 anos, começamos a aprender essa tarefa na escola de arquitetura. O engraçado é que quanto mais o tempo passa, menor parece o meu domínio sobre a profissão. Mais fazemos, mais parece que há a fazer.
Na arquitetura as possibilidades são muitas. Quanto mais experiência, mais opções me aparecem. Surgem como encruzilhadas mentais, me indagando a capacidade de saber aonde quero chegar. Mesmo em tempos de inteligências artificiais alimentando a criatividade humana como ferramentas incansáveis, o trabalho do arquiteto é, e continuará sendo, o de escolher o caminho a seguir.
Somos guias em um voo na neblina. Nenhum projeto é igual ao outro, ou não deveria ser. Afinal, o tempo e o espaço não se repetem, estamos sempre em um momento diferente e num lugar diferente. Por mais que experiências anteriores sirvam como bússola, buscamos o novo. Acho que essa é uma ambição humana, a de abrir caminhos, de tornar as nossas ações relevantes o suficiente para que sejam lembradas, para que nossa existência contribua com a humanidade durante mais tempo que o nosso sopro de vida.
Para tal, temos que estar sempre com a “corda esticada”. Este termo, o qual desconheço o autor, usamos muito durante o projeto. Se a corda está folgada significa que existe um certo conforto, que a proposta não avançou além de um território conhecido. “Esticar a corda” é arriscar, é ir além, é experimentar o limite da técnica e da lógica, é duvidar do óbvio.
Ao esticar corre-se o risco de rompê-la, de passar do ponto, da inovação virar ficção. Portanto a tensão, a capacidade de manter o tempo todo a “corda esticada”, sem dar folga ou rompê-la, é, para mim, o fator mais importante de decisão diante das milhares encruzilhadas que um projeto, do porte do Casa Nomaa, nos impõe.
O equilíbrio entre poesia e engenharia, entre luz e sombra, entre dentro e fora, entre matéria e vazio construíram a arquitetura do prédio. Foram as pessoas incríveis que tive o prazer de trabalhar neste projeto que fizeram escolhas, entre os muitos caminhos possíveis. Movidos pela técnica ou por puro sentimento, juntos esticamos a corda, com os olhos fechados de quem afina um violão que agora está pronto para tocar.