A intenção, desde o primeiro estudo, foi conectar o espaço interno com o externo. Imaginamos aquela esquina como um lugar que realmente passa a sensação de que não é privado, onde qualquer um possa sentar. 

Para gerar essa conexão com a cidade, além da estrutura de vidro, que cria uma permeabilidade entre dentro e fora, tomamos decisões com o cliente de não ter gradis, colocar bancos para quem está de passagem e uma escultura para os olhos de todos. As transições, pensadas para acontecer de maneira suave e amigável, também colaboram para o resultado. A aba de entrada, por exemplo, permite a passagem de luz, ao mesmo tempo em que começa a sombrear o caminho, até adentrar o espaço. 

Quem estuda, trabalha ou mora por ali senta nos bancos para aguardar alguém, fazer uma ligação, dar um tempo. Quem passeia com o cachorro aproveita o verde que rareia nessa região mais central de Curitiba, assim como a escala horizontal do projeto de paisagismo, que produz uma certa calma. 

Isso é algo que gostaríamos de ver com mais frequência na cidade: mais opções de lugares privados que criem uma relação amigável com as pessoas e a cidade, que nos façam sentir mais à vontade para sentar dentro ou em frente ao espaço, ou nos tirem do trilho de calçadas estreitas e tantos muros.